Você já se deparou com alguma situação na sua vida em que está nítido a repetição de um padrão? Mesmo conhecendo esse padrão, você não sabe o que fazer para mudá-lo e acaba se sentindo frustrado(a) e culpado(a)? Esse tipo de queixa é muito frequente em meus atendimentos. Conforme vou ouvindo as histórias dos pacientes, percebo que muitas vezes as repetições estão diretamente relacionadas a traumas.
A luta contra as memórias traumáticas pode interferir negativamente a vida de uma pessoa, por isso requer muita força e resiliência, principalmente para aqueles que precisam lidar com esse sentimento diariamente.
Neste post
Mas o que é um trauma psicológico?
Diferentemente do que diz o senso comum, um trauma psicológico não significa somente uma situação desagradável vivida e que “deixou marcas”, mas sim a intensidade do sentimento no momento em que aquilo ocorreu. Isto é, você pode passar por uma situação adversa e não necessariamente ficar traumatizado.
Por exemplo, suponha que duas pessoas foram assaltadas. Após o assalto, a primeira compreendeu que o perigo passou e conseguiu lidar com o problema. Já a outra, mesmo depois do ocorrido, continuou em estado de alerta, acreditando que ainda corre risco de vida.
Isso acontece porque durante o assalto, o lado mais primitivo do cérebro é ativado, porém a segunda pessoa, que acredita ainda estar correndo risco de vida, ficou traumatizada. Nesse caso, o cérebro não conseguiu integrar pensamento e sentimento, fazendo com que a memória traumática não fosse “digerida” ou “arquivada” corretamente, como se ficasse congelada, incompleta ou sem um fim.
Para não serem recordadas com frequência, as memórias são “mascaradas” pelo cérebro, surgindo assim os disparadores.
O que são disparadores?
Disparadores emocionais são reações ou sensações que ocorrem no corpo, trazendo desconforto físico e, muitas vezes, impedindo alguém de agir como deseja. Eles surgem em situações semelhantes às do trauma, como as crises de ansiedade, o medo de avião, o medo de lugares fechados ou de não conseguir falar em público.
O disparador emocional pode agir associado ao desenvolvimento de crenças negativas, tais como, “estou em perigo", "não posso me proteger” ou “não posso confiar em ninguém”. Continuando no exemplo do assalto a pessoa traumatizada pode desencadear crises de ansiedade antes de sair de casa, por exemplo.
Nesse caso, a pessoa pode compreender ou não que a crise está relacionada ao assalto, pois, como foi dito anteriormente, o cérebro tenta mascarar as memórias e o disparador pode surgir após um certo tempo. Esses casos são frequentes no meu consultório e o resgate dessas situações são fundamentais para a compreensão dos sentimentos do paciente.
Libertando-se do trauma
Sabendo que o trauma é uma memória que não foi processada, o primeiro passo é compreender o que você viveu e, gradualmente, tentar integrar o que você pensou e sentiu. Algumas perguntas podem ajudar a entender a situação:
Como o seu corpo ficou?
O que você sentiu?
O que passou pela sua mente?
Como aquela situação está te afetando atualmente?
Mas, de fato, lidar com memórias traumáticas pode ser muito delicado a ponto de você não querer ou não conseguir realizar o exercício sozinho. Para isso, é importante o acompanhamento por meio da psicoterapia, com um profissional especializado em trauma, atualmente a abordagem EMDR (Eye Movement Dessensitization and Reprocessing, em tradução livre: Dessensibilização e Reprocessamento através do Movimento dos Olhos) é a mais indicada para lidar com memórias traumáticas.
Se você passou por experiências traumáticas e precisa de ajuda profissional, fique a vontade para me contatar através do e-mail atendimento.giovannadonno@gmail.com ou nas minhas redes sociais. Estarei à disposição para te auxiliar nesse processo!
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